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6 de fev. de 2011

Às vezes a gente precisa de uma distância no tempo pra que possa dizer coisas que no momento em que sentíamos, se fossem externadas como sentíamos, magoariam mais que qualquer coisa.
E é só agora, tanto tempo depois, que me sinto confortável pra dizer que cortar você da minha vida foi uma das decisões mais difíceis que já tomei. Não foi uma decisão inconsequente, birrenta ou imatura. Eu só não suportava mais participar do jogo que ambos construíamos.
Nunca foi uma questão de viver algo definitivo. Mas algo de verdade. E me doeu abrir mão do que eu mais queria, porque incríveis como éramos eu não aceitaria nada que fosse menos.
É que eu cansei de jogo. Cansei de tentar adivinhar pensamentos, sentimentos. Cansei de tentar ficar dando o tempo inteiro uma de "sou a mais poderosa do universo". Porque ninguém é. Nem você.
Eu sei que, do seu jeito torto, você também me amou. Mas sei também que sequer conseguiu entender que tudo o que fiz, fiz porque também te amava mas me amava mais. Você nem tem a exata noção do que causou em mim, quando não contou o que eu saberia por terceiros, quando não me tratou com o respeito com que deveria ter tratado a amiga que eu era, quando fingiu que não percebia como me sentia ou o que estava acontecendo. Mas passou. E o que ficou, depois de tudo, foi um sentimento estranho de que me tornei melhor, mais inteira.

Gosto da mulher que surgiu daquela loucura toda. Gosto das escolhas, do gênio ruim. Gosto... de mim.


"Assim como a água reflete o rosto, o coração reflete quem somos nós." Provérbios 27:19

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Quer que os outros compreendam o que jamais entenderei.[ C.L ]